21 de junho de 2011

Salvo? De quê?

Você já viajou de avião? Se respondeu positivamente, com certeza já de deparou com uma das aeromoças falando e gesticulando sobre as instruções de segurança durante o vôo ou em caso de qualquer tipo de incidente.

Elas explicam quando desligar ou ligar aparelhos eletrônicos, quando e como colocar o cinto de segurança, o que fazer quando o compartimento liberar máscaras de oxigênio, explicam também que parte do acento flutua, para o caso de acidentes no mar, enfim, um monte de coisas que com o passar do tempo você até deixa de prestar
atenção, partindo do pressuposto que nada de errado vai acontecer. Mas algo que eu nunca vi nem ouvi, foi qualquer instrução com relação ao uso de paraquedas. Na verdade nem se quer há paraquedas suficientes para o tanto de passageiros. E sabe de um coisa, a grande maioria das pessoas nem se importa tanto assim. Novamente, elas partem do pressuposto que tudo vai dar certo.

As pessoas consciente ou inconscientemente, já vêem Jesus como um paraquedas, mas o grande problema é que ninguém faz questão, ninguém quer usar. Somente na hora do sufoco, quando o avião está caindo, é que todo mundo sai correndo atrás de um. Ninguém quer ser o único no vôo usando todos os apetrechos dos paraquedas, afinal, ele vai ser exposto ao ridículo e ser tido como maluco. Mas e se você tivesse a
certeza de que o avião iria cair? Valeria a pena ser tido como louco?

Deixa eu te falar uma coisa. Você e eu podemos até não entender de aviação, mas no vôo da nossa vida as turbinas estão defeituosas, este mundo está perdido, e a qualquer a momento o avião irá cair, e é melhor que estejamos equipadas com nosso paraquedas quando issocontecer.

“Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca.” (Mateus 24:38).
Na conhecida história de Noé, uma tipologia da história de nossas vidas, embora o profeta insistisse em alertar o povo, este insistia em manter o mesmo estilo de vida. Noé sabia o que estava prestes a acontecer, ele creu e tentou levar o povo para a verdade, mas ele foi tido como louco, e o povo apenas continuou vivendo na crença que nada de ruim lhe aconteceria. Todos nós sabemos que o fim dessa história
foi quase a extinção da vida. No entanto é isso o que a maioria das pessoas fazem, elas comem, bebem, estudam, namoram, casam, trabalham, conquistam grandes coisas, enfim, parecendo acreditar que tudo se resume às suas poucas décadas de vida terrena.

Um dos meus escritores prediletos é o Brennan Manning, autor de diversos livros transformadores que tratam do evangelho original, aquele que de fato Cristo veio trazer. Quando leio livros, tenho o costume de anotar as frases que me despertaram algo, mas quando eu leio Manning, tenho que tomar cuidado para não transcrever o livro inteiro, pois o seu conteúdo é repleto de revelações grandiosas das coisas de Deus. E algo que Brennan disse exortando a Igreja, acho que bem se aplica também ao mundo. “Vocês estão se banqueteando e dançando em cima de um vulcão que pode entrar em erupção a qualquer momento”.

O perigo é eminente e a indiferença a ele pode, e vai, trazer muitas conseqüências. O nosso grande problema é achar que está tudo às mil maravilhas do jeito que está. Afinal, o avião está voando, e estamos aqui, aconchegados em nossas poltronas, sendo servidos pelas aeromoças, alguns até na primeira classe, e dentro de instantes
chegaremos ao nosso destino supostamente traçado.

Mas para infelicidade de muitos, tudo isso é uma mentira, que começou de um boato há muito tempo atrás, lá no Jardim do Éden: “Certamente não morrereis.” A serpente persuadiu Eva, e juntamente a Adão, fazendo-os acreditar que tudo ficaria bem. E é exatamente isso que Satanás vem fazendo a essa geração. Ele coloca venda em seus olhos, e a coloca para andar em direção a um abismo. A humanidade está cega e morta.

Quando Deus disse a Adão que não comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal, Ele avisou: “...para que não morrais”. Obviamente Deus não estava mentindo. A morte chegou ao mundo no instante que as primícia da humanidade pecou. A morte física com alguns anos de prazo, mas a morte espiritual foi instantânea. O homem teve seu espírito amortecido, maculado pelo pecado, e impuro. Por causa disso, a santidade de Deus não mais poderia ter comunhão com o homem, e o espaço que havia no coração de Adão e Eva, que antes era preenchido por Deus, passou agora a ser simplesmente um grande vazio.

Por muito tempo as pessoas vivem tentando se convencer que esse vazio não existe. Elas tentam preenchê-lo com coisas banais e quinquilharias. Às vezes até com coisas importantes, mas ainda assim não são suficientes para completá-las. Dinheiro, posses, sucesso, reconhecimento, glória de homens, amigos, mulheres, homens, prazeres, uma lista infindável que com o passar do tempo percebe-se insuficiente.

Nietzsche certa vez disse: “Homens de natureza vivaz mentem só por um instante: logo em seguida eles mentem para si mesmos e ficam convencidos e se sentem honestos.” E devo dizer que concordocom ele no que se refere à como a humanidade camufla sua infelicidade e o vazio do seu coração.

Depois de muito tentar, o homem enfim enxerga a sua condição, e quando, somente quando, ele perceber que dentro de si falta algo, é que ele poderá ser salvo. Ser salvo do vazio, salvo da morte, salvo de si mesmo, salvo da carne, salvo da ira de Deus. Manning disse algo parecido: “Estou convencido de que sem uma experiência profundamente sincera do nosso insondável vazio espiritual, não é possível encontrar o Deus vivo.”
 
Por: Rafael Vilarins
Lido hein: http://www.juventudenarocha.com/2011/06/salvo-de-que.html

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