28 de junho de 2011

Filme: Invictus

   Esse filme conta uma das história de uma das maiores, se não for a maior personalidade contemporânea, Nelson Mandela. Filme que nos faz refletir demais, sobre diversas áreas da vida e faz pessoas como eu que achava indiferente começar a adimirar o maior lutador contra o apharteid. Segue o trailler e uma analise:


Conheço um velho bem simpático, um senhor de cabelos brancos que é genial. Sei muito sobre o passado dele, sei que ele foi policial desses brutos e foi desses moços cujo nome ninguém sabia e nem faziam questão de descobrir. Quando o conheci, ele gostava de andar de chapéu de cowboy de um lado para o outro. E acho que foi a última pessoa que ficou realmente bem vestindo-se desse jeito. Mas aí ele ficou velho demais para essas coisas, aposentou-se e resolveu cuidar de outros assuntos, como pensar sobre a finitude humana, misturar-se em dramas familiares e entrar no mundo do esporte, me lembro dele nos ringues de boxe, como um velhinho teimoso que recusa a parar de trabalhar. Depois de um breve recesso onde ele comprou um carro antigo, desses colecionáveis, soube que ele voltou à ativa no meio esportivo e fui conferir. E ele está bem, está em forma, como sempre. Mas agora ele não faz mais parte do jogo, apenas o usa como pano de fundo para falar sobre outro velhinho, esse de cor, que foi preso politico e que havia se tornado presidente de uma nação que beirava o colapso social. Este senhor, o que eu conheço desde a época em que ele parecia recém saído de um comercial de cigarros do começo dos anos noventa, retém toda a sabedoria do mundo em cada fio de seus cabelos brancos e já um tanto escassos. Seu nome é Clint. Clint Eastwood, um homem que sabe contar histórias como ninguém. Quem diria, Dirty Harry.
É impressionante como ele consegue mostrar tudo o que quer com imagens econômicas. É de conhecimento geral que ele não costuma fazer muitos takes, mas em seu último filme parece que tudo foi feito na primeira tomada, tamanha é a intensidade de tudo que vemos. Ajuda que Morgan Freeman seja um ator soberbo, e que retrate Nelson Mandela tão bem que nem o próprio faria melhor. Particularmente, mergulhei na história e não vi o ator, mas vi a figura mundialmente conhecida como presidente da Africa do Sul, o que prova que a imersão do artista na alma do biografado foi muito bem sucedida – coisa que eu não via acontecer desde quando lançaram “Piaf”. Eastwood mostra Mandela como um ser humano admirável, politicamente esperto ao usar a Copa do Mundo de Rugby que estava sendo realizada por ali em 1995 para promover a união entre brancos e negros, o que parecia impossível depois de anos sob o apartheid. Hoje sabemos que não é bem assim, o homem tem lá os seus defeitos de caráter, mas quem não tem? O filme mostra apenas o lado bom. E é o que nos interessa, pelo menos aqui. Nos interessamos também pelo destino do capitão do time que andava em baixa tanto dentro quanto fora de campo, e que com a ajuda de Madiba – se não me engano é assim que chamam o presidente Nelson no filme, e não me perguntem o por que – consegue a inspiração que faltava para liderar sua equipe. Ponto positivo para Matt Damon, em uma das melhores atuações de sua carreira, contido e seguro na condução de um personagem emocionalmente complexo.
Claro, “Invictus” é um filme com uma mensagem. É como aquele desenho do He-Man em que ele aparece no final pra contar qual foi a lição do dia. E isso o torna um pouco artificial, forçado em certo ponto. E ao diabo com essa mania moderna de “câmera na mão”. Até alguém da escola clássica cinematográfica como Eastwood está aderindo, para desespero daqueles que passam mal com tanta imagem tremendo e se movimentando loucamente – eu incluso. Mas o terceiro ato é bonito demais, e a trilha é um caso à parte (já disse que gosto desses temas africanos? E já disse que a minha preferida é “Dry Your Tears, Afrika”, que o John Williams fez para “Amistad”? Não? Então está dito). Não é a melhor obra do diretor, isso é um consenso entre quem assistiu; quanto a descobrir qual é seu filme máximo vai muito do gosto adquirido de cada um,  e para mim é “Menina de Ouro” disparado. Pode ter lá os seus defeitos, mas dá gosto de assistir: a história do Mandela é muito legal, emocionante. E o filme é tão emocionante quanto. Ah, esse velhinho fica cada vez melhor na arte de contar seus causos. Tomara que ele não se aposente tão cedo.

Analise retirada de: http://3paragrafos.wordpress.com/2010/03/24/analise-invictus/

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